- Rosana C. Dias -
Chegada da aposentadoria, momentos de reflexão
O que quero ser quando envelhecer?
Agente do brincar...
Brincar? Isto ainda eu sei fazer?
Infância, Juventude, Maturidade
Fases de mudança e de transformação
De buscar uma nova identidade...
Momento de reinvenção
Como uma criança, tenho curiosidade, vontade
E fragilidade...
Só sei que brinco como e com as crianças
Como uma criança experiente, desafiando o corpo e a mente
No brincar, o adulto não volta a ser criança,
Somente convive, revive e resgata o prazer,
A alegria do brincar...
A alegria do viver
Aprende sobre o amor
Recebido e dado,
Vê a oportunidade do exercício, da criatividade,
Da generosidade do ofício
Nesta interação com as crianças,
Elas me vêem como igual
Não há idade ou tamanho que nos distancie
Para mim, este é um momento especial
Vejo a pulsação da vida que se manifesta em gargalhadas,
Em alegria e vitalidade.
Vejo os limites e as possibilidades.
Brincar não é sintoma de imaturidade,
Pelo contrário...
É viver em plenitude, em sabedoria,
É conectar-se com sua criança interior
Pensando junto, generosa co-autoria
Quando brinco, vivencio o presente
Sem medo e sem ansiedade,
Com mais humor, expressando-me com inteireza,
Vivendo o momento com simplicidade
Brincadeira é coisa séria...
Brincando percorro a cultura popular,
A música tradicional, o senso de comunidade,
Sinto-me pertencente ao do grupo do brincar
Nos espaços públicos agora percebo ludicidade,
Que nos permite brincar
E desfrutar da possibilidade
De um novo olhar para a cidade
Chego aos 54 anos ainda brincando,
Sem a obrigação da profissão de educadora,
Mas pelo prazer de estar junto
Numa experiência inspiradora
Quando brinco, sou mais feliz, sou bem mais “eu”
O ser brincante ainda habita em mim
Brincar é essencial para a minha, para a nossa sobrevivência.
Porque brincar é importante sim!
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